segunda-feira, 17 de maio de 2010

NANDO PRADO (maio/2010)

Você é ator, músico e artista plástico. Como surgiu o seu interesse pela arte? A música sempre foi a minha primeira e grande paixão. Comecei tocando piano aos oito anos e sax aos doze. Estudei com tamanha frequência que aos catorze já estava dando aula em uma escola. Logo em seguida pintou a banda que na época se chamava “CLÔ. Aí começa minha história com o teatro. Comecei a estudar teatro com o objetivo de me aperfeiçoar como intérprete para a banda. Não pensava em me tornar ator, porém em um determinado momento as coisas começaram a se “dissolver”, pois os caras da banda se viram pressionados a correr atrás de faculdade, trabalho etc... Nessa época o mercado de teatro musical estava começando aqui no Brasil. Não tínhamos tradição, portanto quase não havia atores com experiência em música, nem o contrário. Foi a minha sorte, pois eu era músico profissional e tinha experiência com teatro.

Você já atuou em grandes produções como "O Fantasma da Ópera", "A Bela e a Fera" e "Miss Saigon". Conte um pouco sobre a sua experiência no teatro. Passei no teste que fiz para o musical “A ópera do malandro” e tudo o que aconteceu em seguida representou um degrau a mais na minha carreira: em "Vitor ou Vitória" tive meu primeiro solo, em "A bela e a fera" substituí Daniel Boaventura como Gaston (meu primeiro grande personagem), com "O Fantasma da Ópera" tive minha primeira grande conquista ao ser escolhido para protagonizar (dessa vez desde o início) o personagem Raoul. Quando fui à Broadway em 2000 para pesquisar, o musical que mais gostei foi "Miss Saigon". Então, poder encenar essa produção foi uma conquista em que havia um sonho envolvido, por isso foi tão especial. Gostaria de atuar no musical “Jekyll and Hide”, é o sonho de todo ator que faz musicas.

Fale um pouco sobre o seu trabalho na Banda "Donna John". Após um período separados, decidimos voltar pra valer com novo nome e uma nova proposta. Temos um projeto totalmente inovador que vem sendo desenvolvido há 4 anos e seria lançado agora, mas decidimos esperar só mais um pouquinho porque agora estou atuando em "O médico e o monstro".

Como você vê a cultura e a arte no Brasil atualmente? O mercado da música, na minha opinião, não vai muito bem não! Mas de repente lançam uma Maria Gadú nesse momento tão escasso de coisas de qualidade e a gente vê que tem coisas boas surgindo por aí. Aliás, acho que há muita gente fazendo trabalho de qualidade, o problema é que o palheiro está infinitamente maior e fica bem mais difícil de se achar a agulha...

Falei um pouco sobre o seu trabalho como artista plástico. Não consigo ficar longe da arte muito tempo, então acabo usando as artes plásticas como higiene mental. Cheguei a trabalhar com loja durante muito tempo, mas prefiro não ser cobrado por isso. Parece que perde a magia!

O futuro a Deus pertence, mas se ele quiser uma opinião eu voto na minha banda...

CRIS DELANNO (maio/2010)

Fale um pouquinho sobre você e a música: como surgiu o seu interesse pela música? Quais foram os primeiros contatos que você teve com a música? Bem, tive contato com a música muito cedo, em casa, pela minha mãe que sempre gostou de cantar e meu pai que sempre comprava os vinis de MPB. Sempre tive um interesse muito grande pela música e aos cinco anos entrei para o Coral Infantil do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, cantando óperas. Fiquei nessa até os catorze anos, quando fiquei "velha", porque já estava bem grandinha para cantar em um Coral Infantil!

Continuei fazendo aulas particulares de canto e estudando na escola, como "todo mundo". Entrei pra faculdade de Administração na UERJ quado encontrei um amigo que disse que estava montando uma banda e me perguntou se eu gostaria de cantar com ele. Eu aceitei na hora, pois já tinha uma boa experiência cantando em grupos. Nessa época eu tinha dezessete anos.

Conte um pouquinho sobre quando você conheceu o Menescal, os trabalhos que fizeram juntos e a importância que ele teve na sua carreira. Conheci o Menescal em uma gravação. Uma cantora acordou sem voz e eles me chamaram pra substituí-la. Fui correndo fazer a gravação que era para um dos discos da série "Aquarela Brasileira" do Emílio Santiago que o Menescal produziu. Esse encontro rendeu alguns CDs que fiz produzidos pelo Menesca como: "Cris em Tom Maior", "Newton Mendonça - Caminhos Cruzados", "Nara- Uma Senhora Opinião".

Mais tarde, durante uma turnê com o BossaCucaNova começamos a esboçar um repertório que tinha um pouco de tudo (passávamos muitas horas viajando, esperando o início do show, então aproveitamos os momentos livres para pensar nesse projeto). O repertório é bem variado e tem muito a ver com a viagem, por exemplo, quando estávamos na Itália, lembramos da música "Estate", quando estávamos nos EUA, lembramos da música "'S Wonderful" e tal. Com esse repertório, fizemos o CD "Eu e Cris", que é fruto de uma amizade e companheirismo de vários anos e de muitas horas esperando nas salas de embarque...

Fale um pouco sobre o seu trabalho junto do BossaCucaNova. Conheço o Alex Moreira e o Márcio Menescal há mais de vinte anos. Depois conheci o Marcelinho da Lua.

O Alex foi quem fez a gravou, mixou e masterizou meu primeiro CD, "Cris em Tom Maior" e, depois, eles tiraram uma música desse CD (a música "Felicidade") e fizeram um remix. Quando vi, simplesmente adorei! Depois eles me chamaram para gravar com eles o segundo álbum do grupo e a partir de então estou, sempre que posso, fazendo shows com eles. Já viajamos o mundo inteiro levando a Música Brasileira!

Você está trabalhando em algum projeto no momento? Sim! Estou preparando um CD autoral, com músicas que fiz com vários parceiros: tem uma bossa bolero com a Joyce, uma bossa com o Menescal, dois sambas com o Alex Moreira, uma valsa com Gustavo Black Alien, uma salsa com George Israel, uma música bem no estilo do Donato que fiz com Donato e com Alex. Estamos preparando este repertório com o maior carinho. Já gravamos quatro músicas mas ainda vão acontecer muitas coisas até o CD ficar pronto, pois tem algumas músicas que ainda precisam "amadurecer".

Fale um pouco sobre o seu livro. Escrevi um cd-livro sobre técnica vocal (acabamos de lançar a terceira edição) pela Editora "Irmãos Vitale". É um livro bem legal pra iniciantes e cantores de chuveiro!