quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

MALLU MAGALHÃES (fevereiro/2010)

Conte um pouco sobre como surgiu o seu interesse pela música. Qual a influência que o seu pai teve na sua carreira? Papai tocava vilão. Sempre de brincadeira. Mas sabe como é, você é pequeno, calça os sapatos do pai, experimenta os óculos, o violão. É. Eu experimentei a música. Papai tocava-me Black Bird (Beatles) e também Leãozinho (Caetano Veloso). Mas o que vem de dentro é assim: você acha um jeito de ser quem você é. Imitava papai e assim foi: entrei numas aulinhas de violão (já parei...) e fui experimentando novos instrumentos. Aí pronto: corri atrás dos LPs na casa de vovô e nas livrarias os CDs e livros. A música me fez apaixonar por esse mundo fascinante que é ... a música!

Fale um pouco sobre a expressão “Tchubaruba”. Qual é o significado que essa expressão tem para você? De onde surgiu a idéia de criar essa palavra? A palavra Tchubaruba, criada por mim aos meus 13 anos, é um conjunto de sentimentos positivos e confortáveis. É um pouco difícil traduzir ou dilacerar o termo, em busca de um único significado. É o bem estar no ser. Não foi proposital a criação de tal, mas sim natural e intuitiva, é o que coube na métrica e na sonoridade da canção que escrevia e, pensando na dita junção de conceitos, saiu-me uma combinação de fonemas, sílabas de dentro de mim.

Como você se sente mais à vontade para compor em português ou inglês? Me é tão natural e confortável escrever em português quanto em inglês.

Fale um pouco sobre o seu álbum lançado em 2009. Você incluiu diversas sonoridades diferentes, como o samba e o reggae. Quais as influências que você teve para essas composições? Mergulhei em novas influências e fui inspirada em novas leituras, movida a uma paixão fervente e brilhante. Tive, como resultado, um álbum eclético e de sinceridade enorme, sem polimento ou conserto; torto, verdadeiro, humano, errante, errada, eu. Misturei o que me tocava em Vinícius (de Moraes) junto ao que me balançava em Tom Jobim, Chico Buarque, Caetano Veloso e o que me fez chegar em mim como mulher, Nara Leão e Eliete Negreiros.

Inicialmente você usou o MySpace para mostrar o seu trabalho. Como você vê os novos meios que possibilitam a um artista desconhecido divulgar a sua arte? A partir do momento que o veículo internet para a arte vem cada vez mais crescendo no meio alternativo, nada como usá-la como aliada, renovando os princípios em praticidade, sem perder o velho físico.

Conte um pouco como é a sensação de ter o seu trabalho reconhecido pelo público e ter conquistado o seu espaço no cenário musical brasileiro. O pessoal conhece o som.. meu trabalho. Isso é bom. Eles me aceitam. Nas ruas não tenho problemas. O reconhecimento não é grande a ponto de incomodar. Nem sei se incomodaria se fosse maior, por isso não sei direito como medir o tamanho.

O que mudou na sua vida depois que as pessoas passaram a te conhecer? Ah, na escola é bom, assim, o pessoal respeita, é muito legal. Mas é meio estranho andar e as pessoas olharem diferente para você. Mas não estou no ponto de ser fortemente 'assediada'.. hehe

Você tem uma agenda muito cheia. Como você concilia estudos e carreira? Conciliar os dois não é fácil.. mas acho que a vida é isso. As coisas mudam e se você tiver um grande sonho, tem de mudar também, mas nunca deixar de ser você. Por exemplo: ando meio sem tempo desde que tudo isso começou, mas sempre há um jeito de arranjar uma deixa para tocar, pintar e fazer a lição de casa.

Você já tem novos projetos em andamento? Divulgar o CD e fazer muitos shows.

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