domingo, 14 de fevereiro de 2010

LUIZA POSSI (maio/2008)

Como é ser filha de uma mulher muito famosa? Quando eu era pequena, isso me incomodava muito. Eu não gostava que ela desse autógrafos, eu achava que isso cansava. Quando me perguntavam o nome dela na rua, eu falava que era Paloma, que não era Zizi Possi nada... Mas, depois, claro, eu cresci com muito orgulho dela, admirando muito o trabalho dela e o carinho que ela foi conquistando das pessoas, o público e tal. Eu tenho muito orgulho, até como se fosse mãe dela mesmo!

As pessoas costumam comparar vocês duas? Sempre comparam! É o tempo todo.

Qual a influência que a carreira dela teve na sua carreira. Toda influência, porque eu sempre convivi com isso. Eu fui criada sempre cercada dentro de músicos, shows e gravações. Tudo isso influenciou muito. O meu interesse pela música surgiu até pelo tipo de vida que eu tinha, mas também por causa da musicalidade que nasceu comigo também.

Em algum momento você pensou em seguir outra carreira? Eu até quis me especializar em outras coisas como teatro, mas sempre com foco na música.

Em termos de carreira, qual é o seu maior plano no momento? Começar a entrar no mercado internacional.

Como é que você vê o mercado musical atualmente? Bom, eu já tenho sete anos de carreira bem difíceis, porque todo começo é muito difícil. Mas, hoje, eu já faço parte desse mercado. Já estou completamente inserida nele, e tenho uma agenda que me permite dizer que eu tenho um trabalho, que tem uma máquina girando em torno de mim. Isso é resultado de muita batalha, de muita persistência e de sempre procurar se melhorar e fazer o meu trabalho apesar de qualquer de dificuldade.

Como você escolhe o seu repertório? Eu escolho de acordo com o momento em que eu me encontro. Por exemplo, esse meu CD e DVD que eu lancei agora, eu estava querendo fazer um disco mais dançante, com influências latinas. Então, tem muitas músicas do Kevin Johansen e Jorge Drexler. Tem um tango do Chico Buarque com Edu Lobo, músicas do Itamar Assunção. É um repertório mais latino, mais quente.

E o show que você e a Zizi fizeram no Tom Jazz em abril? Foi muito bacana, porque geralmente participação em show de outros artistas, é de no máximo 3, 4 músicas. No caso desse show da minha mãe, que tem a direção do meu tio José Possi, não é assim. Nós realmente dividimos o palco e foi muito gostoso, porque além do meu repertório, eu pude cantar coisas que eu sempre ouvi lá em casa, sempre ouvi ela cantando. Então eu já sabia cada trejeito que ela fazia em cada parte e poder dar a minha impressão digital nesse trabalho junto com ela foi muito legal.

Como que é para você quando você vê que as pessoas estão procurando o seu trabalho, se interessando pelo que você faz? Quando eu comecei a minha carreira eu não tinha muito poder de veto e nem de voto. Então, eu fui por um caminho, que as gravadoras achavam que seria vendável, comercial, enfim. E isso foi muito chato e depois quando eu consegui me livrar disso e fazer um trabalho que fosse ligado à minha alma, foi muito melhor e confesso que teve resultados comerciais muito melhores, porque a gente não pode subestimar o público.

E como foi para você, gravar o seu primeiro DVD? Foi maravilhoso! Foi uma oportunidade incrível que eu sempre quis ter. Eu sempre quis poder gravar, ter um registro do meu show ao vivo e dessa química, dessa alquimia que acontece no palco. Foi incrível.

Como é a mãe Zizi? Minha mãe nunca foi uma mãe como as outras. Ela não me ensinou a cozinhar, por exemplo. Então, não era uma mãe que ficava em casa e tal. Mas sempre foi uma mãe muito inspiradora e que sempre me cobrou muito para que eu fizesse direito o que quer que fosse: no colégio, na faculdade ou no meu trabalho. Ela sempre me cobrou muito, no bom sentindo, e eu acho que tem que cobrar mesmo. Essa foi a educação que ela me deu, e com certeza, o dia que eu tiver um filho, eu vou seguir o método dela!

Deu certo, né! Deu certo, e também hoje em dia eu vejo umas mães que dizem que não pode brigar com o filho, que não pode exigir do filho... A minha mãe sempre exigiu que eu fizesse o meu melhor, não importava se era o melhor do mundo, mas sim que fosse o meu melhor, e que eu estivesse inteira no que eu estivesse fazendo.

A relação de vocês é muito legal, porque atualmente nós vemos que a relação entre pais e filhos está muito deturpada, muito esquisita. É verdade, tá muito esquisita mesmo. As pessoas até falam “nossa, mas você trabalham na mesma coisa, como é eu é?”. Sabe, não como ter inveja, porque tem tanto amor, tem tanta vontade de que a outra fique bem e se dê bem, que não tem como desejar qualquer outra coisa que não seja isso.

O que você está fazendo no momento? Olha, eu vou gravar agora uma música pro “Um Barzinho, um Violão”, que é a “Teletema”, eu estou indicada ao Prêmio TIM, e eu estou começando a fazer repertório pro meu – caramba! – quinto disco.

E o repertório será bem diferente dessa vez então, né? Totalmente! Está sendo muito bom, porque pela primeira vez eu estou compondo as músicas com parceiros ecléticos como Dudu Falcão, Monbaça, Celso Fonseca, Zélia Duncan... Mas, quem está compondo sou eu e isso também me dá uma outra visão do todo, uma outra visão do meu trabalho. É muito diferente você compor e você interpretar. Claro que é o seu trabalho de qualquer maneira, porque é você quem escolhe, faz arranjo sem nenhum desmérito. Mas, o lance da composição para mim é fundamental. Eu sempre compus, mas nunca havia formado um repertório. Sempre só numa de criar uma direção. Compor e a partir dali eu ia procurar coisas que eu queria. Mas, agora não. Agora eu estou compondo para o disco.

O que a Zizi significa na sua vida profissional, pessoal? Tudo, tudo, tudo!

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